segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Apresentando o Caraça....

Fundado em  1774, o Caraça hoje é uma reserva natural de mais de 11 mil km². Preservada heroicamente pelos Padres Vicentinos, guarda, segredos históricos e naturais inesgotáveis.
 É, um capítulo inexplorado da gastronomia mineira. Uma prova da forte influência da gastronomia francesa na formação da comida mineira.
Inicialmente fundado por Ir. Lourenço, foi doado por D. João VI à Congregação dos Vicentinos. O seu primeiro Diretor foi o português Ir. Viçoso, bispo  de Mariana e amigo de D. João VI.
Para administrar o colégio, vieram os Padres Franceses que eram responsáveis pela educação dos alunos.
O Francês, era o idioma exigido para que os alunos se dirigissem aos Padres.
Após a abolição da escravatura, juntos Padres e os alunos executavam, todas as tarefas e ofícios necessários à sobrevivência no Caraça.
 A Congregação Vicentina trouxe para o Caraça, toda sua experiência de ensino na Europa. Uma educação de qualidade para os brasileiros da época, se encontrava no Caraça, em Coimbra ou em Paris. O que fez do Caraça o melhor colégio do Brasil durante muitos anos, com título de Colégio Imperial outorgado por D. Pedro I.
Ruínas do incêndio que atingiu o colégio em 1968, onde hoje funcionam a Biblioteca, o Centro de Convenções e o Museu.

Pátio interno  das Ruínas

Fundos da Igreja Nossa Senhora dos Homens
Jardim de entrada.

Pátio interno do Cláustro.
A louça do café da manhã é da Fábrica de Louça estilo português  Monte Sião. Os armários, foram fabricados na  marcenaria do  Caraça, que existe até hoje.
Muitos hábitos, métodos de cocção, peças e mobiliários estão aqui desde a fundação, tornando um grande desafio, recriar uma gastronomia  atual, de qualidade,e ao mesmo tempo preservar as características originais, históricas, a simplicidade, e despojamento, do Santuário do Caraça.

É neste fogão de lenha que são servidos o almoço e o jantar.

A rosquinha de nata, uma receita original, feita com nata da Fazenda do Engenho, que era a casa de veraneio dos alunos do Caraça. Hoje também a fazenda foi reformada para  receber hóspedes.
Marcado desde sua fundação com o conceito de auto-sustentação, onde os alunos só comiam o que era produzido no Santuário ou na Fazenda do Engenho, que era a Casa de Férias dos internos do Colégio do Caraça.
O a cultura e a educação, sempre foram as prioridades do Colégio Caraça. A alimentação não. A comida era muito simples, privilegiando as verduras, o fubá a carne de frango e de porco.
Tudo era produzido aqui, o fubá vinha do moinho, hoje em ruínas. As verduras, legumes e as poucas frutas vinham da horta. A carne só no dia em que se matavam galinhas ou porcos.



Esta é a estrela da horta, a azedinha uma verdura rara que teve seu cultivo preservado por séculos. Ela tem a textura semelhante ao alface, um formato que lembra a rúcula, e um sabor azedinho delicioso.

A erva cidreira, ou capim cidreira, como é popularmente conhecido, tem propriedades relaxantes, por isso seu chá é um companheiro ideal, para aquecer enquanto se espera a visita do lobo, e garantir uma deliciosa noite de sono.

Tempero clássico da culinária mineira, a cebolinha, é de origem  francesa.

Outras verduras quase extintas também podem ser encontradas em nossa horta como é o caso da serralha.